Esse queijo é bom demais, uai!
O queijo produzido em Minas Gerais é reconhecido como patrimônio cultural e imaterial do Brasil e do Estado.
Há quem diga que o queijo de Minas não pode faltar na boa mesa mineira. Um queijo com cafezinho, queijo com goiabada [conhecido como Romeu e Julieta], o pão de queijo ou até complementando um prato requintado, já virou receita garantida em Minas Gerais. O tradicional alimento do estado não perde em nada para os mais aprimorados queijos importados. Tem o Canastra, o do Serro, o frescal, o meia-cura, o Minas do tipo padrão, o de coalho. São tantas opções que fica até difícil dizer qual é mais gostoso. Não é à toa que essa iguaria faz tanto sucesso e já virou patrimônio cultural brasileiro e imaterial de Minas Gerais.
Desde 2008, o modo típico de preparo dos queijos artesanais da região do Serro e da Serra da Canastra foi reconhecido como patrimônio cultural do Brasil, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
O título apenas comprovou o que os mineiros já sabiam. “O queijo produzido aqui é mesmo o melhor. Eu sou apaixonado por essa delícia. Não existe igual no mundo”, comenta o dono de uma loja de queijos do Mercado Central, Rodrigo Gomes de Oliveira.
Na loja dele, há queijos de vários tipos. Segundo o comerciante, o mais vendido é o da região da Canastra. “O mineiro gosta de queijo de todo jeito, mas o que todos mais gostam e compram aqui na loja é o tradicional da Canastra”, revela.
Além de fazer sucesso entre as famílias mineiras, o queijo produzido em Minas Gerais é desejado por quem não mora no estado. Rodrigo conta que já virou tradição levar na bagagem o queijinho de Minas. “Tenho vários clientes que compram aqui para levar para outros estados do Brasil. Um amigo meu abriu uma loja de vinhos em Vitória, no Espírito Santo, e levou alguns queijos daqui da loja pra vender lá. O sucesso foi tanto, que hoje ele só vende queijos mineiros”, conta.
De pai para filho
A tradição do queijo de Minas na família de Rodrigo começou com o pai dele, Seu Itamar. Ele era apenas um menino quando começou a frequentar a loja do pai, no Mercado Central. No início, em 1983, a loja do Seu Itamar vendia apenas frutas.
Meses depois, Seu Itamar percebeu que o queijo era um produto muito procurado pelos fregueses. A Comercial Gomes de Oliveira, então, passou a dividir o balcão de frutas com o de queijo artesanal. Pouco tempo se passou e o proprietário percebeu que o produto tradicionalmente de Minas fazia mais sucesso que as frutas. Estava decidido: a loja passaria a vender apenas queijos.
Especializada em queijo artesanal, a Loja do Itamar [nome batizado pelos clientes] hoje vende cerca de 700 quilos do produto por semana. São mais de 10 tipos de queijos. “Quase 100% desses produtos são de Minas”, revela Rodrigo. Para ele, a opção do pai dele, há 28 anos, foi a melhor possível. “O queijo é um alimento primordial para a mesa da família mineira. Então, esse negócio não poderia dar errado”. O sucesso foi tão grande, que Seu Itamar e Rodrigo tiveram que dobrar a loja de tamanho. Entre queijos tradicionais de Minas e doce de leite, também mineiro, Rodrigo conta que tem clientes fiéis. “Nossos clientes são os mesmos. Tem gente que compra aqui há 25 anos”.
Manter a paixão pelo queijo que começou com o pai, é o objetivo de Rodrigo. Apesar de seu filho ter apenas 1 ano e meio, ele acredita que a tradição da família será passada para mais uma geração. “Eu espero que meu filho se apaixone pelo queijo mineiro. Se depender de mim, isso vai acontecer, pois eu vou ensinar pra ele tudo que aprendi aqui na loja”, prevê.
Fonte: portal http://www.belohorizonte.mg.gov.br